De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as pessoas com obesidade podem constituir um grupo de risco para a gripe A (H1N1)v, juntamente com outras condições tais como gravidez, doenças cardiovasculares, neurológicas e respiratórias crónicas, nomeadamente asma, diabetes, cancro e doença hepática.
A obesidade caracteriza-se por um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m2, considerando-se de Grau III, caso o IMC seja igual ou superior a 40 kg/m2. Em Portugal estima-se que cerca de 14,2% da população adulta seja obesa. Dada esta elevada prevalência e o crescente número de casos novos de gripe A, os profissionais de saúde deverão estar atentos a esta população devido às complicações que nela podem surgir.
Um estudo publicado em Julho de 2009 pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC) nos EUA avaliou as características clínicas de um grupo de 10 doentes infectados pelo vírus H1N1 numa Unidade de Cuidados Intensivos. 9 destes doentes apresentavam obesidade e destes, 7 obesidade de Grau III. Neste contexto, sugere-se que os doentes obesos apresentam um maior risco de desenvolver complicações severas associadas à gripe A. No entanto, o papel da obesidade na patogénese da gripe A ainda não está totalmente esclarecido. Alguns autores sugerem que tal facto se deve provavelmente ao peso excessivo que exerce uma maior pressão no peito e abdómen, comprometendo o aparelho respiratório, ou às complicações associadas à própria obesidade, nomeadamente a diabetes, ou ainda à dimuição da resposta imunitária à infecção viral.
Este e outros estudos preliminares parecem indicar que as pessoas com IMC igual ou superior a 30 poderão ter maior risco de hospitalização e morte em caso de infecção pelo vírus H1N1.
Os doentes com obesidade de Grau III devem ser cuidadosamente avaliados no que diz respeito à presença de condições clínicas que manifestamente aumentam o risco das complicações da infecção e receber tratamento empírico quando estas condições estiverem presentes ou existirem sinais de infecção do tracto respiratório inferior.
Nos indivíduos com obesidade instalada não é, habitualmente, possível, obter perdas de peso relevantes num curto espaço de tempo. Assim, as recomendações deverão ser adaptadas às características e circunstâncias individuais, sendo aconselhado:
a) Procurar não aumentar de peso;
b) Ingerir mais hortaliças, legumes e frutos;
c) Dar preferência a cereais e seus derivados integrais;
d) Reduzir o consumo de gorduras, dando preferência ao azeite;
e) Moderar o consumo de açúcar e sal ;
f) Manter um nível razoável de actividade física (mais de 5000 passos diariamente).
Perante o maior risco de complicações decorrentes da infecção pelo vírus H1N1, as pessoas que sofram de obesidade devem ter particular atenção às medidas de Prevenção da Gripe, (lavar frequentemente as mãos e evitar o contacto com pessoas doentes com Gripe e os locais de grande afluência de público). Perante o eventual aparecimento de febre ou outros sintomas de Gripe, deve ser contactada, de imediato, a Linha Saúde 24.
Para mais informação, consultar: www.dgs.pt – microsite da gripe
Fonte: www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Subscrever:
Comentários (Atom)

